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sábado, 24 de setembro de 2016

Mania







(Este poema foi escrito numa manhã ensolarada de primavera, num sábado como este. Presente para alguém que um dia foi profundamente importante para mim. A vida trouxe, a vida levou) 













Não perco essa mania insistente
De amar-te incondicionalmente
De perder-me em dimensões quânticas
Que permitem que sejas meu.

Não perco essa mania imensa
De sonhar de forma intensa
E nessas telas mentais
Deixo-me levar pela ânsia de sentir teu cheiro
Aquele que, certamente, exalarás
Quando abraçar-me pela primeira vez.

Não perco essa mania incessante
De querer estar sempre perto
Sem que seja importante
Definir quem está errado ou certo.

(Dane-se a vontade de estar certo
Quero mesmo é estar perto!)

Não perco essa mania veemente
De desejar-te ardentemente.

Tens a ternura embutida na alma
A paixão incrustada nas palavras
Imagino, com realismo e pungência
Como seria desfrutar dessa ardência.

Acordo todos os dias sentindo de ti abstinência.
É que em alta ou baixa frequência
Não há o que me faça perder
Essa mania de você.


segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Rosa Minha

















Presente de um imenso amor

"Lá no céu, entre as estrelas, vive a rosa mais linda e delicada, que amo e cuido. Com minha pele, sinto suas pétalas contra o vento e com meus ossos, seus espinhos. Ora ranhenta, ora prima obra, fico a admirar. Esquecer de tudo é um costume elementar dado pelo cheiro de seu perfume.

Essa rosa que hoje lá está (que quero tanto bem), me preenche a alma com transbordo de vontade de ser laçado por seus espinhos por todo meu corpo, prendendo, apertando, sangrando, sorvendo-me para se alimentar. Pois seja planta carnívora, Rosa! Serei eu jantar. Morro satisfeito sob seu olhar de desejo!

Por falar, boca tem também para beijar, suave como orvalho em suas folhas, quente como o calor da terra na qual se entranha. Boca que vermelha é, por ser rosa, que vermelha fica, pela mordida, que vermelha fica pelo meu sangue que degusta.

Por falar em degustar, sabor tem aquilo que não posso pegar. Seu cheiro que contamina o ar, me excita, me provoca, me abriga e corro pro centro! Beijar lhe os lábios e ver seus gravetos estremecerem, seu ar faltar! 

Aaaahhh rosa vermelha! Teu cheiro eu quero roubar, pois em nenhum outro lugar irei encontrar.

Ahh rosa que me subjuga e se zanga, que me sangra e espanta. Tens teu príncipe guardião, que pensa além do chapéu que não é da visão. Que vê além dos olhos. Que vê teu coração. Tanto te quero bem, te amar, te guardar, para que nunca se machuque, rosa minha, minha rosa pequena. Queria contigo viver, mais um dia pra uma vida inteira brotar sempre e sempre no meu peito.

Rosa que me deixa pela chatice, pairo nos mundos a admirar o que não conheceu, querendo pra ti voltar.

Responsável somos pelo que cativamos, mas o que fazer quando ir precisamos?

Mundo pequeno que é, você anjo divino, eu super herói, que de longe pensa em ser mortal pra te tocar. Eu que também sou rosa, príncipe ou raposa. Sou tudo disso que faz tudo ser único como você, meu amor, minha rosa, que desbrava as temporadas e sobre o vento não se despetala, nem seca, nem escapa.

Rosa minha, rosa tua,
Que nasce e perdura,
Primavera não, nem inverno e nem verão.
Rosa de outono plantada no planeta chamado meu coração.

Minha rosa,
Es minha?
Ou sonho com o dia?"

TH

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O Monstro de Olhos Verdes




Observo quieto enquanto tu perfumas a nuca 
E veste-se como uma Deusa para sair.
Não imagina a dor que me causa!






Emudeço
Sozinho feneço
A noite cai
Eu não adormeço




Como descansar se minha mente voa 
Atormentado por dúvidas sem fim?
O que estarás fazendo?
Certamente com algum safado!
Conversando, arfando e gemendo!

Permaneço cativo do balanço das horas.
Não me tortures assim, relógio maldito!
Perco-me na sala, acompanhado apenas pelas sombras da noite
Sofrendo o efeito dos duros pensamentos que açoitam meu ego.
Certamente é tua indiferença, tua falta de ternura
Ou pode ser apenas loucura causada por uma traição.

Estás a me trair, mulher?
Imagino a bajulação desenfreada no bar
Nas madrugadas regadas a bebida
Das quais apenas ao amanhecer retorna ainda mais bela.

Preciso ter vergonha na cara!
Devia ir agora no quarto, pegar tuas coisas
E jogar-te na rua, junto com todos os teus amantes.

Talvez devesse matar-me
Ou rogar para que sejas fiel!

Não,
Não posso implorar!
Isso seria como fel
A derrubar minha altivez.
Melhor será a viuvez

Prefiro matar-te sem piedade
À dor de saber que me trai
Toda vez que te perfumas e sai



segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Recado para Duvivier


Gregorio,

Bonito você falar sobre Clarice
Mas não dá pra mim

Desculpe, eu ainda não consigo falar dele
Não porque o odeie ou coisa assim
Pelo contrário
Ele é a pessoa mais fantástica do mundo
Sou absurdamente feliz por ser tão amada

Não posso por mim mesma
Porque minhas gavetas ainda estão reviradas
E arrumar leva tempo e muita coragem



Por enquanto deixa como está
Preciso sentir o perfume que ficou impregnado
Como uma promessa de "volto logo"

Deixa meu coração e minhas certezas
Acharem seu (novo) lugar nesse mundo

Não me queira mal
Mas ainda não consigo falar

O sempre e para sempre é um visgo

Beijos,
Eu

PS: Será que ela um dia te enviou orquídeas de presente? Gostaria de saber como se sentiu.


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Daquele adeus que não foi dito (por TH)




"Sentirei saudades
Você é a estrela mais linda
Num céu de tempestades
Farol de marinheiros errantes
Como eu, delirantes
Chegando à costa exauridos
Pelo chão sob os pés agradecidos
Céu acima da alma
E o dourado do por de sol (dos teus olhos no outono) a inspirar calma





Por mais distante que irei ficar
De você eu vou sempre me lembrar
Com uma saudade intensa
E felicidade imensa
Por dedicar-te uma enorme amizade
Por ter vivido um amor de verdade
Não corrompido por nada
Sonhador
Sincero
Esperançoso
E talvez até bobo

Se não for pedir demais
Não te esqueças jamais
Na vida tem alguém que a ama
Com tudo que pode
Com tudo que tem

Não desejo que me responda
Não desejo que diga que me ama
Como pedido de despedidas
Quero apenas que leia,
feche os olhos, sinta e creia...
Ele me ama
Pois eu te amo

Adeus, amor"

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Ana



Em homenagem ao dia do sexo, lhes apresento ela: Ana




Era um desejo tão grande
Que ela sentia falta de ar
E o coração quase parar

Isso é um péssimo sinal!
Significa que vai se entregar de novo
De corpo e alma
E mais uma vez se quebrar

Ah Ana! Porque você nunca se cura
Desse vício por paixões avassaladoras?

Tenho vontade de te amarrar
todas vez que um desses cafajestes
Se encantam por suas pernas!

Mas não adianta!
É mais forte que você
Logo vejo sua boca salivar
E suas pupilas se estreitarem com gata armando o bote!

E você, Ana
Tal qual bicho no cio
Simplesmente vai
E se lambuza!
As marcas no seu corpo
Não deixam a menor dúvida disso

E eu fico a esperar
Enquanto seus gritos de prazer ecoam na minha mente
A me torturar!

Ana, Ana, Ana!!!
Por que não olha pra mim
E me toma como seu
Ao menos uma vez?

Sonho em arrancar sua roupa
E degustar cada curva sua
Lambendo com calma como quem aprecia um vinho

Morder seus seios e seu pescoço
Com a fome de mil anos

Quanto ao seu sexo.
que vi apenas uma vez,
mas encrustou na minha memória como uma joia rara,
quero comer!
Sim, comer como um suculento pêssego!

E quando enfim tiver dentro de você,
Vou te amar (foder) menina
Até você gritar como uma louca!

Mas enquanto você não me enxerga
Fico aqui para juntar os cacos
Quando mais esse te deixar
Por não aguentar tanto amor.

Ah Ana! Junta esse seu amor intenso ao meu!
Certamente sou homem suficiente pra não fugir de ti.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Tem dias...





Tem dias que acordo pensando em você
Tem dias que acordo querendo te ver
Tem dias que acordo sem saber porquê
Tem dias que acordo sem já não querer

Tem dias que acordo com você
Tem dias que acordo com a saudade a bater
Tem dias que acordo com uma agonia no peito
Todo dia eu acordo querendo te ter

Ter o teu sorriso e tua atenção
Ter o teu primeiro beijo a tocar minha mão
Ter o teu olhar a me saudar
Tudo aquilo que eu posso sonhar.

Por que se você quiser...
Por que se você vier...
Por que se você me desejar...
Coragem de peito aberto,
Nunca mais eu deixarei de estar perto.

Tem dias que eu acordo...

sábado, 3 de setembro de 2016

A Loba e Eu (por TH)


"Certa vez acordei num dia de muito calor e não era nem oito da manha.
Mal sabia eu que as intempéries dos próximos dias seriam uma montanha russa
Entre o calor do pecado, o sopro gélido do corte da morte e a brisa fresca de mudança que traz o outono.

Queria mesmo era uma praia nas sombras de algumas palmeiras para ao menos suar com prazer.
Mas estava eu em casa. Sozinho e cheio de mim num quarto abafado.

Interessado como sou, pensava em dominar o mundo.
Estava a traçar os planos da conquista, mas desisti ao primeiro papo absurdo que me surgiu às vistas.
Sorte minha.

Apareceu nesse dia uma criatura pedindo ajuda
Pensei: é uma boa forma de conquistar o mundo.
Sabia eu que talvez não pudesse socorrer, mas por algum comichão eu o queria fazer.

Entrei naquele mundo como um invasor ou bom samaritano.
Enquanto vasculhava os problemas ficava a desejar desvendar as faces daquela estranha,
Na qual adentrava em entranhas virtuais.

Nos dias que se seguiram veio o sopro do pecado
A abrasar minha vontade de possuir aquele ser estranho,
Tão sedutor com suas palavras,
Tão libidinoso com seu mistério.
Nu fiquei perante a loba.

Loba sim, porque não é desse país.
Suas terras são frias e seus rastros são profundos.
Seu olhar é aço nobre e sua pele é de marfim suave,
Provavelmente é uma das maravilhas perdidas no mundo.

Diferente da vulgar onça (que se diz arguta, mas é suja com seu silêncio e sua carapuça),
A loba traz consigo a inocência de qualquer morte.
Mesmo sorvendo toda minh'alma, sua pele continuou limpa como aura de criança.
De seu sorriso vermelho, o sangue não parecia mais que sua cor natural.

Essa loba comeu-me por inteiro
Se hoje existo, vivo como parte das suas entranhas.
De presa que fui, sinto-me filho e mãe,
Coberto do calor
Próximo ao coração desse ser raro
que a humanidade não pode conhecer.

Talvez fosse a loba das cavernas, aquela da natureza.
Quem sabe fosse deusa dos tempos dos primeiros homens, depois da caverna,
Mas ainda nela, com suas fogueiras e crenças,
Louvando a vida,
Louvando o amor e a família,
Com seus chicotes de couro e seus hematomas purpuras.

Lupercalia, ainda vive na pela da minha loba.
O couro vem invisível através do tempo tocando-lhe o corpo e anunciando sua fertilidade.
Mas ninguém descobriu isso até agora.

Para esconder a verdade elegeram Valentim por sua morte.
Santo que fosse, casou-lhes, mas não viveu para ver os seus.
Ainda era fim de ano quando casou seu último soldado,
Semeou a esperança de amar como remédio para as feridas da guerra.
Seu legado começou muito antes do dia 14.

Já aqui. Aqui onde estou.
Nessa terra de perdidos onde a loba veio parar, (talvez para me salvar).
Aqui não é Valentim,  nem a loba e seu festim.
Foi Dória quem pensou: vender é bom, precisamos de um motivador.
Foi pela compra que o dia semeou
e olha minha penitência nesse dia de palavras, tentando comprar sem poder,
tentando impressionar sem ter e me perdendo ao esquecer que dia é de se merecer.

Acordei com a vontade imensa de tocar-te, com o mais leve dos olhares.
Percorrer teu corpo meu minh'alma
Cobrir-te com meu amor,
Aquecer -te com meu carinho.
Deixar-te sonhar com minha vontade de eterno.

Nessa vontade de ti, arquiteto tornei-me.
Não pude comprar o que não era seu.
Como artesão,
Pelas mãos quero dar-te o encanto,
Pelo dia quero dar-te o manto
E pelo eterno quero dar-te o amor.

Foi assim que me fez lembrar:
Todo dia é uma honra,
E honrado sou por te amar."