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terça-feira, 27 de junho de 2017

As Razões

Acredito que as razões somam-se lentamente, como um pequeno nó na garganta, que vai se avolumando, tornando-se mais que um enjoativo incômodo, até o ponto em que não se pode mais respirar sem sentir dor.

Talvez as razões sejam cortes minúsculos, que somados, formam feridas incuráveis. Pequenos desamores, descuidos ou crueldades mesmo, inflingidas com (in)consciente desejo de apagar aquele sorriso lindo, a esperança e a beleza do carinho. Uma espécie de sadismo, que também pode ser masoquismo - na medida em que arrancando os braços, evita-se abraços, ferindo os olhos, priva-se do amor que dali brota.

As razões formam-se lentamente, como uma chuva fina que não ensopa mas enregela a alma.
Nem sempre são treze, ou se estampam em pulsos cortados.
Muito mais cruel é morrer em vida.
E matar também.
A morte não é poesia.


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