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domingo, 7 de setembro de 2025

Carta para o amor que imaginei


Oi Reloginho,


Como você sabe, eu preciso escrever 

É quase como respirar

Houve um tempo que eu acreditei que meus escritos

Eram inspirações e consolo para ti

Lamento perceber que não

Na verdade nem lamento

Não há sentido algum ressentir por algo impossivel


Relutei fazer aquilo que, há tempos, se mostrou ser o único caminho

Enfim consegui dar o primeiro passo

Desde, então, 

Fui soterrada por uma avalanche de histórias 

Ridiculamente banais

Visivelmente inverrossimeis

Um padrão explicitamente falso

Como não vi? 


Sou uma tempestade de sentimentos

Você  sentiu mil vezes

Meus risos, minhas lágrimas, minha ira e meu afeto

Então, desde que fui embora

O duelo de sensaões e imagens mentais foi feroz


Do lado iluminado, o som do riso leve que tão me encanta

O afago, o cuidado, a presença suave, o som do seu coração...

Nas sombras, as inconstancias

A incapacidade de perceber o impacto dos seus atos sobre mim, a crueldade...


Não foi uma luta longa

Bastou escutar sua voz colocando em palavras 

Tudo aquilo que sempre foi um punhal roçando minha pele

Dessa vez cravou sem dó:

"Tu, eu não..." 

Não consigo escrever.


O nocaute foi implacável

Fim do embate

Fim das dúvidas

Fim.


Mantive a esperança enquanto pude

Você escolheu o caminho inverso

Agradeço o aprendizado que tudo isso me trouxe

Não te odeio, nem te amo

Também não espero nada de ti


Talvez  jamais seja capaz de entender 

Que seu caminho tortuoso não me cabe

Ou, quem sabe, você realmente tentou?

A resposta não tem nenhuma importância. 


Cada um colhe o que planta

Eu vou plantar no meu jardim

Miamar-Mamiar ficará como um trocadilho secreto

Ao menos isso.