O mais lindo de ser humano é a capacidade que se reinventar, mudar de opinião, atitude, posição, gosto. Enfim, evoluir. Algumas vezes isso é lento, doloroso, teimoso. Outras é fruto de observação do entorno, de ver o que faz (ou não) as pessoas felizes.
Nunca pensei muito nas questões da identidade de gênero e orientação sexual. Não eram temas que se aproximavam da minha vida de forma conflituosa e como não tenho natureza preconceituosa, não me detive em refletir ou preocupar. Com o tempo, novas amizades, ambientes, interesses e estudo, me levaram a ser mais empática e atenta às minorias (affff detesto essa denominação "minoria"! Contém uma ideia de submissão que é imoral). A consequência foi perceber que não basta que as pessoas se abstenham de ser preconceituosas, é preciso posicionar-se e não admitir o preconceito alheio. Então aqui estou eu a dizer claramente o que penso.
Muito tempo acreditei sexualidade não era uma questão de escolha, mas inato e, por esse motivo, era absurdo que as pessoas tivessem preconceito contra os gays. Equivale a penalizar um negro por sua pele escura. Quando criança imaginava se quem não gostava de negro esperava que ele se esfregasse até a (linda) cor negra sair. Eu achava graça da estupidez humana.
Meu pensamento atual é outro. Não vejo porque alguém deva predeterminar modelo algum. Somos seres voláteis e isso é muito belo. Hoje posso me apaixonar perdidamente pelo azul, mas amanhã o branco me encantar, sem que eu perca minha essência ou isso autorize aos demais interferirem ou questionarem minhas escolhas. Ou seja, eu gostar de só de azul, só de branco, de azul e branco, do arco iris inteiro ou cor alguma não me torna menos digna do respeito alheio. Por que diferente seria com o desejo, com o amor? Predeterminar que o amor e sexo deva ser vivenciado (somente) entre um homem e uma mulher é arrogância. O amor tem vida (e escolha) própria e pouco se importa com a opinião alheia. Então meu amigo, hoje você pode desejar uma mulher, amanhã um homem, depois de amanhã, quem sabe, ambos. Qual o problema? Isso te torna menos humano? Assim, orientação sexual me parece algo momentâneo.
Por outro lado, segregar "comportamento e roupa (sapato, colar, brinco, make...) de homem e de mulher" é tacanho e cafona. Cada um se veste e comporta como quer, como se sente bem. Portanto, vejo a identidade de gênero como uma escolha particular. As pessoas se arrumam (falam, dançam, caminham, riem) de forma que agradem a si, refletindo suas escolhas e afinidades. Se você ainda acha que é para te atingir acho melhor procurar um psicólogo.
Quero alertar que todas essas denominações: hétero, homo, gays, bichas, trans, traveco, fluido e sei lá mais o que, são irrelevantes, pois o desejo humano não é sujeito a cabresto. O amor não é excludente, mas direcionado por nossas emoções. Não há nada mais indomável que um sentimento!
Rótulos são chatos, inúteis e reducionistas. Deixe as pessoas serem felizes como quiserem. Pense nisso.
PS: Quer coisa maaais sexy que um homem usando saia? Morro de amores.
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